sexta-feira, 6 de junho de 2008

TÁ NA RODA

É possível encontrarmos uma solução para o trânsito de São Paulo?
De quem é a responsabilidade pelo caos que a cidade enfrenta com sua média diária de 160 km de congestionamento?
Em fevereiro deste ano a frota paulistana ultrapassou os 6 milhões de veículos (um para cada dois moradores).
Em abril a cidade bateu seu recorde de vendas de automóveis, e em maio o seu recorde de congestionamento, com a marca de 260 km.
O paulistano soma suas horas perdidas diariamente nestes corredores de monóxido de carbono, médicos calculam os riscos para a saúde, economistas contabilizam a improdutividade, ecologistas avaliam a degradação do meio ambiente, psicólogos analisam o estresse gerado e o comportamento agressivo dos motoristas, apenas para lembrar alguns aspectos observados por profissionais que buscam saídas para amenizar tantos problemas gerados pelo trânsito.
A população solta a voz:

“Isso aqui tá o caos, não tem para onde correr.”
“Vai parar, eu vi na televisão, em cinco anos pára tudo.”
“É de enlouquecer, é irritante, perturbador, infernal.”
“Como pode? Eu pago meus impostos e a cidade está assim?”
“Nojento, horrível!”
“Péssimo, muito estressante.”
“Não agüento mais, todo dia estou perdendo cinco horas da minha vida aqui, no meio dessa confusão.”
“Já saio da garagem com o trânsito parado na minha porta. Pra mim, o trânsito já começa na minha garagem, já levei mais de cinco minutos para conseguir sair de casa.”
“ O trânsito tá ótimo, mil maravilhas, para quem fica em casa tá ótimo.”

Está bom só para quem faz do trânsito uma fonte de renda, como vendedores ambulantes que transitam entre os carros.

“O trânsito não anda, o povo tem sede, precisa comer, se distrair.” Willian Nunes, vendedor de água e refrigerantes.

Pedestres, passageiros e motoristas arriscam palpites:

“Melhoraria se tivéssemos um transporte público mais eficaz.”
“Tem que tirar os caminhões e os carros velhos da ruas.”
“Aumentar o rodízio.”
“Parar de vender carros.”
“Bicicleta! Vá dê Bike.”
“Andar a pé, faz bem, sabia?”
“Deixar o carro em casa.”
“Metrô, mais linhas, a cidade precisa.”
“Tirar o aeroporto, e as rodoviárias, distribuir tudo por fora da cidade.”
“Trem, a cidade precisa de trem!”
“Parar de construir, falta planejamento urbano em São Paulo!”
“Mais ruas, mais viadutos, mais passagens subterrâneas.”
“Ciclovias e avenidas mais largas.”
“Tirar os estacionamentos da cidade, e proibir estacionar nas ruas, quero ver quem ia sair de carro!”

"Reduzir os semáforos, isso amarra muito o trânsito."

Ônibus e metrô estão cada vez mais lotados. Nos horários de “pico”, no metrô, podemos assistir a “operações de resgate”, em algumas estações funcionários mais “parrudos” resgatam de dentro dos vagões passageiros que pretendem descer e não estão conseguindo. Nos ônibus, em várias linhas, se o passageiro porventura levantar um dos pés, imediatamente não encontrará mais lugar para colocá-lo novamente onde estava. Fará a viagem apoiado em apenas um pé. Situações bizarras como estas já fazem parte do cotidiano paulistano.


O Documentário "TÁ NA RODA" aborda a indignação do paulistano diante desta situação caótica.

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